Numa tentativa de deixar de ser egocêntrica, fujo do "eu" e entro no "ela", espiando pela fechadura da alma alheia... Marcia Mattoso





sexta-feira, 19 de abril de 2013

QUEM SABE


Sente saudade do tempo em que criava personagens e se vestia como tal, inventava seus castelos e paisagens e ali mergulhava nos sonhos, esperando pelo final. A vida era um arco-íris, sem medos, cheio de gargalhadas.
Sua essência continua a mesma, no entanto, a saudade daquele tempo, a vontade de querer voltar, a faz ter medo de continuar. Sente desprezo pela própria vida e falta de responsabilidade, ousa em paixões loucas, desvairadas, vive dando tiros no escuro. Sente saudade dos cheiros de outrora, do sabor da amora, do som da viola, das noites de lua, dos beijos roubados, escondido no portão, das cartas escritas, das respostas recebidas com enormes declarações, confessando um grande e eterno amor.
Olha em volta e tudo o que vê é um enorme vazio, um nada, sem sabor algum, percebe que só tem memórias, belas histórias que um dia viveu, mas mesmo assim, tenta encontrar as suas asas, quem sabe alçar voos, quem sabe ser feliz, quem sabe!

Marcia Mattoso


Nenhum comentário:

Postar um comentário